sábado, 25 de agosto de 2012

Ela partiu


Quantas fotografias espalhadas pelo chão?
Quantas flores arrancadas em vão?
Quantos sorrisos com emoção?
Quantos olhares sem explicação?
E quantas coisas pra o fim!

Quantas belezas vivi?
Quantos dias te vi?

Quantas vezes tremi?

Quantas vezes quis ir?
E quantas coisas em vão!

Como eram belos os dias

Carregados de todas as magias
De infinitas e meigas alegrias.
Regadas de puras energias,
Mas estraçalhadas ao pó!

Feridas como as de Jó,
Chagas da alma no pó
O sangue a ponto de dar nó
Tão frio, pois já era só
E só foram-se os dias!

Dias sem rima e sem cor,
Sem sorrisos e sem amor.
Já sem as flores e teu calor.
Dias costurados com dor!
E assim ela partiu...


domingo, 19 de agosto de 2012

As cores

Quais são as cores da ternura?
Quais certos existem sem pudor?
Vêm como ondas, numa visura.
São as cores do amor!

Quem disse o erro
Deve ter esquecido que o errar
É falta de zelo
Para o verdadeiro verbo amar.

Poesia num gracejo sei que há!
Melodia num sorriso me faz ver
Que para ser completo basta estar
Nos braços só de quem lhe merecer.

Não importa qual seja o tom
Não precisa ser par para ser
Mesmo que ímpar pareça não ser bom
Isso só um futuro irá dizer.

Marlon Cássio

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Quem sabe?

Quem consegue dizer que no fim dará tudo certo? Quem pode afirmar que dar passos contrários sempre indica retrocesso em seu sentido literal? Possibilidades mil sempre há e, sendo assim, se afirmar como melhor caminho pode ser um tremendo engano. Dúvida maior é deixar ser guiado pelo vento: sem saber onde ir. Para isso é preciso ter coragem e uma confiança ímpar nele. Sabemos que em nossa vida, breve e passageira, podemos fantasiar tantas coisas, nos iludir, nos corromper e nos 'etceterar', mas ainda assim como rabiscos e anotações avulsas tudo se somará à folhas em anexo no nosso livro de vida, ao fóssil da nossa singela passagem por aqui. Então um questionamento brota em nossa psique: tanta complexidade é realmente precisa? Acordar numa manhã qualquer depois de uma noite qualquer e levar uma vida qualquer resultará em um fim certo: certamente qualquer também. Não louvo deixar as coisas por si mesmas, até porque isso refere-se à entrega de vontade, refiro-me a não queixarmos tanto do porvir que no momento de prepará-lo - no presente - estamos como quem dorme.

Que mistério é esse que ronda o homem. A vida, a escolha, o caminho. Quem sabe o certo? Quem sabe o valor? Quem sabe o segredo? Somos todos 'nenhuns' cheios de vários outros. Por isso sobre o futuro (o meu), as escolhas, os traços que ainda serão traçados, tudo, tudo, não sei. Quem sabe? Só Deus.

Marlon Cássio